Branding 3.0

sexta-feira, 31 de julho de 2009



Com este novo conceito, será necessário que tenham um posicionamento coerente com o seu negócio. Entenda!

“Não adianta vestir uma ‘roupa’ verde se essa não servir em você.” A analogia faz referência ao modo como as empresas hoje buscam se inserir em um “lugar-comum” para serem chamadas de sustentáveis e ecologicamente corretas, o que, para o autor da frase, Fred Gelli, nem sempre favorece a imagem da companhia. Seguindo esse pensamento, Gelli, sócio e designer da Tátil, está desenvolvendo o conceito de Branding 3.0, apresentado pela primeira vez no Festival de Cannes deste ano.

A ideia, seguindo o mesmo exemplo dado por Gelli, é criar uma “roupa” adequada à trajetória de cada empresa que busca ter em seu cartão de apresentação o selo de sustentável. “É tudo uma questão de ter coerência. Os consumidores sabem identificar quando uma empresa está realmente comprometida ou quando só está preocupada em promover seu projeto de marketing, que muitas vezes, é de fachada”, explicou Gelli.

Para melhorar o entendimento sobre o conceito de Branding 3.0, o designer citou o fato de alguns bancos se venderem como amigos do planeta, quando a maioria das pessoas sabe que as instituições financeiras, dentro do mundo capitalista, buscam ganhar o maior volume de dinheiro no menor espaço de tempo, o que nem sempre é compatível com ações sustentáveis. “No futuro, não haverá espaço para empresas que não estejam comprometidas com o meio ambiente. É preciso encontrar o caminho adequado e criar uma equação para gerar esse comprometimento, o que prevê mudanças estruturais e nos negócios. É um processo que deve ser elaborado e aplicado gradualmente”, afirmou.

Prática
O conceito, segundo Gelli, já está sendo utilizado em alguns trabalhos para clientes da Tátil, como Natura – empresa para a qual o escritório de design e branding está desenvolvendo uma nova linha de produtos, cujos detalhes ainda não podem ser divulgados –, Coca-Cola e Wal-Mart. “Quem tem que se preocupar com a Amazônia é a Natura, que utiliza os recursos naturais da floresta em seus produtos. Essa é a mentalidade que deve ser perseguida. Cada empresa deve cuidar do seu território de atuação”.Já para a rede varejista Wal-Mart, a Tátil utilizou o conceito em duas lojas (uma em São Paulo e uma no Rio de Janeiro), de forma a utilizar uma comunicação que fala de sustentabilidade de maneira proprietária.

O objetivo foi estabelecer uma ponte entre o posicionamento do Wal-Mart “Vender por menos para você viver melhor” e seus projetos sustentáveis.A partir da criação do conceito “Bom para o seu bolso. Bom para o planeta”, a Tátil desenvolveu uma nova marca e uma estratégia de apontar para o consumidor onde estão as iniciativas sustentáveis adotadas pela loja e como elas se revertem em benefícios diretos para o consumidor. “Em ambas as lojas foi utilizada a ‘arquitetura verde’ para reduzir os custos de energia e água no local, o que vai ao encontro do negócio da rede”, diz Gelli.

Elaboração
Para aprimorar e dar sustentação ao conceito, a Tátil estabeleceu uma parceria com consultores, de diversas áreas, da Fundação Getulio Vargas (FGV). “É um projeto multidisciplinar que ajudará as empresas a encontrarem seu lugar no futuro”, explica.Depois de o conceito do Branding 3.0 ter sido apresentado em Cannes, Gelli já abordou o tema em dois encontros realizados no Rio de Janeiro. No total, serão seis palestras neste ano. A próxima acontecerá em São Paulo, no próximo dia 18 de agosto.

Em paralelo, está sendo desenvolvido pela Tátil um projeto chamado “Bionegócios”, que busca encontrar oportunidades na própria natureza para serem oferecidas às companhias. “Os dados funcionarão como ferramenta no processo criativo. Atualmente estamos analisando os bancos de corais, sistema no qual todos os seres se relacionam de forma harmônica. Consideramos que muitas empresas podem ser representadas por elementos presentes nos corais”, explica Gelli, completando que a ideia é que a sociedade copie o modelo de negócio feito pela natureza.

O projeto acontece no momento em que a Tátil completa 20 anos. A agência é precursora do ecodesign, projeto que persegue a criação de produtos de baixo impacto ambiental e alto impacto sensorial. Entre os clientes da empresa estão Coca-Cola, TIM, Philips, Nokia, Natura, P&G, Wal-Mart, Fiat, Unimed e Energisa.

Por Daniela Dahrouge
Fonte: PropMark (www.propmark.com.br)

SUSTENTABILIDADE - Há opções para ser responsável

quinta-feira, 30 de julho de 2009



Há algum tempo venho pensando nesse cenário para as questões de Meio Ambiente, Sociedade e Economia. Entre seus atores, vejo que as ONGs ligadas ao Meio Ambiente são as mais organizadas e possuem mais espaço na sociedade. Nesse cenário acredito que a mudança de posicionamento/postura dessas ONGs possa mudar sua participação de fiscalização junto ao mercado e assumir a posição de influenciadora.


Pensei e... Pensei... Muitas ONGs são vistas pelas empresas como “Pessoas do Mal” e as ONGs olham para muitas empresas como “Pessoas do Mal”, ou seja, parecem viver dois objetivos totalmente diferentes. Mas na verdade vivemos em uma mesma sociedade, temos como objetivo sucesso no presente e no futuro.

Resultado desse pensamento e de pesquisa constatei que a grande maioria das empresas simplesmente não sabem ser responsáveis quanto à sociedade, ao meio ambiente e a economia sustentável. Isso mesmo AS EMPRESAS NÃO SABEM SER SUSTENTÁVEIS. Identifiquei algumas respostas para essa ignorância na sociedade:


1. Não temos em nossa cultura ações sustentáveis pró-ativas. As crianças não aprendem isso de seus pais, familiares ou escolas;

2. As universidades não ensinam como fazer sustentabilidade. Apenas comentam e ensinam a como ter lucro a partir das diversas formas de troca (Oferta x Demanda);

3. Muitos setores da sociedade, como ONGs, dizem “ESTA FAZENDO ERRADO” ou “ESTA PREJUDICANDO”, mas não dizem COMO FAZER CERTO;

4. Quando o setor corporativo percebe que precisa fazer sustentabilidade, esse setor contrata um ambientalista ou especialista em sustentabilidade, mas os tomadores de decisão (CEO, FCO e outros) que não tem a cultura sustentável certamente vão torcer o nariz para as idéias do ambientalista/ especialista, e tentam fazer ajustes. FALHAM!!;

5. Os lideres das empresas acham que não há viabilidade para desenvolver a sustentabilidade, ou seja, acreditam que é caro investir em questões sustentáveis;

6. Identifiquei que grandes empresas já investem mais e mais em questões sustentáveis (Ótimo). Mas Micro e Pequenas empresas NÃO SABEM como investir em Sustentabilidade e acreditam que seja algo de outro mundo;

7. SE A SOCIEDADE EMPRESARIAL APRENDER e FAZER SUSTENTABILIDADE A SOCIEDADE CIVIL ACOMPANHA E FAZ TAMBÉM. Força da influência para o bem!!!

Após identificar todas essas respostas percebi que há uma solução, que está muito próximo. Se as ONGs ambientais criarem núcleos de educação sustentável corporativa (Forma até uma sigla - NESCO) poderão ensinar muitas empresas a fazer sustentabilidade em seus negócios. Já existe uma pré-disposição do setor corporativo, mas alguém precisa mostrar como fazer.
A idéia é aliar o Know How que as ONGs possuem, com a necessidade das empresas. Como dizia minha Mãe “Juntar a fome com a vontade de comer”. Mas tudo isso feito em um cenário colaborativo e paciente, e não como um agente fiscalizador.

Acredito que tal ação, além de beneficiar a sociedade como um todo para questões ambientais, é uma forma de gerar mais recursos para ONGs e trazer para o ambiente corporativo uma consultoria altamente especializada e com um custo simbólico.
Por Cleber Maciel

PROFISSIONAL DE MARKETING - Na realidade dos Serviços

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Nesta semana tive uma experiência que me motivou escrever este post. Como alguns de vocês sabem estou procurando emprego. É isso mesmo, e Eu gostaria de uma oportunidade no departamento de Marketing dentro de uma empresa. Para quem não sabe, Eu já fui gerente de produto onde o Marketing era uma das atribuições, mas não a principal e hoje trabalho como Consultor de Marketing, porém como autônomo e não dentro da estrutura de uma empresa.

E o que aconteceu? Eu participava de um processo seletivo onde a vaga era para Supervisor de Marketing e tinha grandes chances de contratação. Meus conhecimentos frente aos demais concorrentes era maior e Eu estava realmente empolgado com a possível contratação.
Porém nesta semana recebi o contato da agência de emprego informando que não havia sido contratado devido cursar especialização em Planejamento e Gestão de Serviços. Segundo a agência a empresa demandava um profissional com experiência ou formação em produtos e não em serviços.

O meu incomodo se deu nesta justificativa, pois para quem conhece a formação focada em Serviços, sabe que dentro de serviços esta o domínio de produtos.
Um detalhe esclarecedor é o estudo dos 7’Ps do Marketing de Serviços, onde é estudado o PRODUTO, PRAÇA, PREÇO, PROMOÇÃO e se somam PROCESSOS, PESSOAS e AMBIENTE FÍSICO. Analisando o Mix de Marketing de Serviços podemos observar que a gestão de produtos é uma habilidade que o profissional de serviços deve analisar.

O que mais me motivou em me especializar em Planejamento e Gestão de Serviços é a habilidade superior que me ofereceria para desenvolver as atividades de Marketing.

O mercado esta cheio de profissionais que desenvolvem/promovem produtos para atender o desejo e a necessidade de uma parcela do mercado, porém normalmente a oferta é de apenas um ótimo produto...

E porque digo APENAS um ótimo produto? Porque não basta oferecer um apenas o produto.

Junto a oferta de produtos estão serviços que na maioria das vezes promovem uma vantagem competitiva frente aos concorrentes. Devemos lembrar dos serviços de logística, Call Center, Serviço de Atendimento ao Cliente SAC, Serviço de Garantia, Serviço de Crédito (Financiamento), Faturamento, ou seja, são muitos os serviços que devem ser ofertados junto a um único produto.

Talvez a busca pelo mercado de profissionais de Marketing com rótulo de qualificado em Produto faça as empresas possuírem bons resultados na oferta de produtos e falharem de forma exagerada nos serviços necessários na oferta de qualquer produto. Afinal é muito comum encontrar reclamações de produtos não entregues (Falha serviço de logística), ou mal atendimento do Call Center (Falha no serviço de Atendimento), dificuldade em acionar a garantia do produto com problemas (Falha do serviço de garantia).

Um cenário comum: Se minha empresa comercializar um maquina de manufatura (produto), que atenda um segmento importante de clientes e falhar na entrega do equipamento, falhar no atendimento do SAC quando meu cliente tiver duvida ou falhar quando o aparelho der problema no período de garantia, certamente o produto mais maravilhoso e completo do segmento poderá perder credibilidade e dará chance a produtos concorrentes. E é isso que acontece em grande parte das ofertas de produto no mercado brasileiro.

A conseqüência de tudo isso é rotatividade de clientes e a pouca fidelização dos mesmos, resultando na necessidade de aumento de investimento das empresas em ações de comunicação, promoção de marketing e trade marketing com objetivo de conquistar novos clientes, em detrimento daqueles perdidos com problemas em sua experiência com os serviços da empresa.

A solução para esse problema que ocorre em grande parte das empresas pode estar na visão mais ampla e profunda do profissional de Marketing. Não é rentável para qualquer negócio ter um profissional de Marketing com capacidade limitada de atuação na oferta ao mercado. Todas as etapas, desde a oferta do produto principal aos serviços agregados devem ser desenvolvidas através de uma visão holística do profissional de Marketing.

Um bom exemplo que temos é a DELL, empresa que oferta de produtos (microcomputadores) com grande variedade de serviços inclusos. A quantidade reduzida de falhas em serviços, junto a boa oferta de produto faz a DELL crescer e se destacar em um mercado de grande concorrência. A DELL tem em seus profissionais boa formação, entendimento e responsabilidade nos serviços oferecidos e seus serviços destacam o diferencial.

Finalizo dizendo que... É mais rentável para uma empresa ter profissionais de Marketing com habilidade mais holística, que possa agregar valor profissional e toda cadeia de oferta que é entregue ao cliente. Porém as empresas precisam entender as habilidades de cada profissional e como essas habilidades pode trazer benefícios aos seus negócios.

Por Cleber Maciel

FRASE DO DIA

terça-feira, 21 de julho de 2009



A vontade de mudar é força, mesmo que signifique afundar a empresa na confusão total durante um tempo.

Jack Welch

QUER SER SUSTENTÁVEL? Os primeiros passos...

segunda-feira, 20 de julho de 2009



Aderir a SUSTENTABILIDADE é uma das formas encontradas por executivos para gerir sua marca e criar um posicionamento sustentável junto ao mercado. Afinal ser sustentável é algo que o mercado demanda e pode ser lucrativo. Porém o grande problema das empresas é fazer a sustentabilidade realmente acontecer em seu dia a dia, é fazer o DNA da sustentabilidade acontecer na estrutura da empresa.

O que acontece normalmente é que a empresa comunica ser sustentável, mas em seu ambiente interno, dentro de seus corredores, em seus recursos humanos a empresa não tem a transpiração da sustentabilidade. Essa falta de DNA Sustentável faz com que os objetivos da empresa em se tornar e ser percebida pelo mercado como sustentável pareçam um esforço muito caro, caótico e pouco produtivo. Nesse momento muitos executivos desistem em tornar seu negócio um case sustentável.

Vale lembrar que ser sustentável é ser responsável economicamente, socialmente e ecologicamente.

Como fazer meu negócio ter o DNA Sustentável?
Antes de dizer ao mercado EU SOU SUSTENTÁVEL a empresa precisa fazer com que sua estrutura, seus funcionários e seus parceiros comerciais sejam responsáveis e sustentáveis.
Procedimentos simples como o consumo de energia elétrica, de materiais de escritório e gerenciamento de custos e despesas precisam ser orientados e controlados. Esses exemplos citados são normalmente esquecidos ou administrados de forma totalmente irresponsável.

Educar funcionários à respeitarem seu consumo de recursos é o principal procedimento para trazer o DNA da sustentabilidade para empresa. Esse processo de orientação, de educação precisa ser entregue a cada empregado de forma agradável e motivadora. Toda a empresa precisa entender que estão fazendo parte de uma importante transformação e que fazer parte deste momento é importante para seu histórico profissional. Muitas empresas fracassam nesse momento, mas algumas conseguem fazer de seus colaboradores verdadeiros agentes da sustentabilidade e amantes desta filosofia.

Os procedimentos podem acontecer em ações simples como:

No consumo de energia elétrica
→ Manter parte das luzes apagadas e janelas abertas utilizando ao máximo a luz natural.
→ Manter computadores e impressoras sem utilização desligados, seja com funcionários ausentes como em horário de almoço.
→ Utilizar iluminação com lâmpadas de baixo consumo de energia.
→ Utilizar equipamentos eletrônicos de baixo consumo de energia e melhor rentabilidade de trabalho.

No consumo de materiais de escritório (Folhas, cadernos, cartuchos de tinta)
→ Efetuar a impressão do que é realmente necessário ser impresso.
→ Utilizar impressões descartadas como papel de rascunho.
→ Digitalizar e criar arquivos de documentos virtuais.
→ Consumir produtos de empresas que participam e produzem em moldes sustentáveis.

Reciclar o material descartado
→ Promover a reciclagem do material de escritório através de empresas de reciclagem.
→ Solicitar a coleta seletiva aos órgãos públicos.

Unir-se e patrocinar uma ONG
→ Escolher uma ONG e patrociná-la, enviando doações a esta ONG.
→ Motivar seus empregados a se tornarem um doador dessa ONG (Lembrando que a empresa deve ser a primeira doadora da ONG).
→ Utilizar o know-how da ONG em causas sustentáveis e promover palestras e encontros dessas ONGs junto aos funcionários da empresa, promovendo a troca de conhecimento.
→ A empresa deve evitar criar uma ONG. Algumas empresas criam uma ONG e tem dificuldades em administrar essa nova estrutura. É orientado as empresas se unirem a uma ONG já existente, com habilidade e causas já definidas.

Aqui citamos alguns exemplos comuns para qualquer ambiente corporativo. São cenários que acontecem e que muitas vezes não são visualizados como fator crítico para promover o DNA Sustentável no ambiente corporativo.

Ao promover tais ações a empresa envolve sua equipe em um ambiente socialmente e ambientalmente correto e motiva que seus funcionários, cidadãos já inseridos em uma sociedade, a multiplicar esses conhecimentos, multiplicando essa cadeia de valor em que a empresa já esta envolvida e pronta para atender.

No momento em que a empresa conseguir disseminar e utilizar as práticas sustentáveis dentro de seu dia a dia, envolvendo seus empregados estará pronta para multiplicar sua estrutura sustentável e ampliar o conceito sustentável em seus serviços, produtos e dizer ao mercado “EU SOU SUSTENTÁVEL”.

Por Cleber Maciel

FRASE DO DIA

sexta-feira, 17 de julho de 2009



O Marketing não é um sucesso e sim um processo. Tem princípio, desenvolvimento, mas nunca um fim. Você pode melhorá-lo, aperfeiçoá-lo, modificá-lo, até deixá-lo descansar. Mas nunca o detém por completo.
Jay Conrad Levinson

ECODESIGN COMO FUTURO DO DESIGN CONVENCIONAL

terça-feira, 14 de julho de 2009



Pensar em produtos, serviços e pontos-de-venda que minimizem o impacto ambiental ou reduzam o uso de recursos não-renováveis é uma preocupação cada vez mais constante nas empresas e entre consumidores. Em tempos de crise econômica e sustentabilidade em foco, o conceito de Ecodesign ganha mais espaço.
A principal proposta do conceito é produzir embalagens e produtos que utilizem princípios e materiais recicláveis. Especialistas ouvidos pelo Mundo do Marketing acreditam que o design convencional e a indústria são causadores dos problemas ambientais. Por isso, o Ecodesign se preocupa em garantir um futuro melhor para as próximas gerações.
Uma empresa que uniu com sucesso o design à sustentabilidade foi a Spirit. Desde o lançamento de sua linha de ventiladores de teto, em 2001, a empresa se preocupa em investir em produtos ecologicamente corretos. Os ventiladores – assinados pelo designer Guto Índio da Costa – foram inspirados nas hélices dos aviões.

Design ecologicamente correto
O resultado foi um design minimalista que logo tornou o produto popular entre designers, arquitetos e decoradores, o que ajudou a divulgar a marca. Mas as inovações não pararam por aí.
Os ventiladores Spirit são feitos de policarbonato e, além de totalmente recicláveis, foram os primeiros a permitir o uso de lâmpadas eletrônicas que economizam até 80% de energia. A leveza do produto ainda gera uma capacidade de ventilação 30% superior à média.
“Desde a concepção dos ventiladores (foto) sempre nos preocupamos com o fator ecológico. Além de reciclável, o policarbonato não permite o uso de agentes químicos na limpeza, o que advertimos nas embalagens”, explica a gerente de produtos da Spirit, Gilca Carneiro (foto), em entrevista ao Mundo do Marketing.
Princípios da natureza
A Tátil Design foi pioneira no Brasil – e até mesmo no exterior – no uso de materiais recicláveis. A agência nasceu com foco na natureza e sempre buscou inspiração em princípios básicos presentes nela – como as cascas das frutas ou a barriga da mãe – para projetar suas embalagens.

Quando criou a Tátil, há 20 anos, Fred Gelli já sabia da importância em valorizar os recursos naturais. Hoje, o sócio-diretor de criação da agência é o maior especialista da área e enxerga o reconhecimento do seu esforço para encontrar soluções sustentáveis ainda quando ninguém falava de ecologia a serviço da indústria.
“Até 1992 (ano em que aconteceu a Eco-92 no Rio de Janeiro), ninguém pensava em ecologia. Não existiam fornecedores que trabalhassem com estes materiais. Tivemos que desenvolver uma pequena fábrica para fazer produtos e embalagens alinhados a esses princípios”, comenta Gelli em entrevista ao Mundo do Marketing.
Produtos verdes
Seguindo os passos da Tátil, a Chelles & Hayashi também investe no Ecodesign. Há cinco anos a empresa realiza trabalhos sob este conceito, reduzindo a quantidade de material e de energia utilizados na fabricação de produtos e embalagens. Hoje, 90% dos clientes da agência se interessam em desenvolver produtos que tenham o Ecodesign como uma de suas características.
É o caso da lavadora Superpop, da Mueller Eletrodomésticos. O produto ganhou em 2009 o prêmio alemão “iF Product Design Award”, que elege os melhores produtos de 16 categorias diferentes. A lavadora permite que o sabão em pó entre em contato diretamente com as fibras do vestuário, limpando as peças sem a necessidade do uso de grande quantidade de água.
Outro exemplo de projeto desenvolvido pela Chelles & Hayashi é o apontador Splash, da Faber-Castell. Apesar de usar materiais diferentes, o produto tem peças facilmente separáveis para a reciclagem.

Natura – bem estar bem
Empresas preocupadas com o Ecodesign abordam todo o ciclo que envolve a produção, desde a matéria-prima, o transporte, a forma como o consumidor utilizará o produto, sua duração e até o seu descarte. A Natura é um exemplo disto.
Com projetos desenvolvidos pela Tátil e pela Chelles & Hayashi, a marca aparece como uma das principais empresas brasileiras alinhadas ao Ecodesign. A empresa trabalha com embalagens recicláveis e refis de produtos que chegam a consumir até 50% menos matéria-prima do que as embalagens convencionais.
De acordo com o designer e sócio da Chelles & Hayashi, Gustavo Chelles, a Natura resolveu não utilizar uma resina de cana-de-açúcar recém-lançada por não ter conseguido rastrear a origem do produto.


Branding e sustentabilidade
Mas a economia de matérias-primas e energia ou o uso de materiais recicláveis não são suficientes para o Ecodesign. É necessário juntar o design ao conhecimento para promover inovação.
Pensando nisso, há cinco anos a Tátil começou a investir na área de Branding. Hoje, a agência possui um núcleo de “ecoinovação” para aliar o alto impacto sensorial que os produtos e embalagens devem causar a soluções de baixo impacto ambiental.
Para a Natura, é importante que o cliente reconheça o trabalho realizado pela empresa. “Temos utilizado muitos refis e dividimos com o nosso cliente qual é o propósito da embalagem. Procuramos oferecer uma embalagem adequada, mas com um custo menor”, explica o diretor comercial da Natura, Arnô Araújo, em entrevista ao Mundo do Marketing.
O papel do consumidor
O papel do consumidor também é essencial para redesenhar o mercado diante deste novo cenário. “O Ecodesign não pode ser usado como justificativa para cobrar mais caro. Quando os produtos têm preços parecidos, o Ecodesign entra como valor agregado percebido pelo consumidor”, diz Chelles (foto).
O impacto gerado na economia com a crise também levou o consumidor a adotar outra postura. De acordo com Gelli, as pessoas estão cada vez mais interessadas em consumir produtos sustentáveis, mas ainda demonstram desconfiança sobre o posicionamento das marcas.
Por isso, é necessário que as marcas desempenhem um trabalho sério, sem tentar simplesmente se vender como “marca verde”. O desafio para as empresas agora é criar produtos de baixo impacto ambiental, mas que sejam interessantes, que levem experiências ao consumidor.
Branding 3.0
Cada marca deve ter um caminho próprio para buscar sustentabilidade. Baseado nisso, Fred Gelli (foto) apresenta o conceito de Branding 3.0. Para o executivo, o Ecodesign entrará em extinção em breve porque não será mais diferencial, mas sim obrigação. “No futuro, o bom design será eco. O design que desconsiderar estes aspectos básicos não terá espaço”, explica.
O Branding 3.0 significa uma mudança de postura das marcas para atenderem a nova lógica de relacionamento com o consumo. Segundo o conceito, cada marca deve contribuir com o que tem de melhor. A ideia é que a sociedade se baseie no modelo de negócio feito pela natureza, em que cada ser dá um pouco de si e recebe um pouco dos outros.
O Wal-Mart inaugurou no fim de abril, em São Paulo, uma loja sob o conceito do Branding 3.0. Para desenvolver o projeto de comunicação que fala de sustentabilidade, a Tátil mergulhou no universo da marca e de seus consumidores. Com o conceito “Bom para o seu bolso. Bom para o planeta”, a Tátil desenvolveu uma nova marca e uma estratégia de apontar para o consumidor quais são as iniciativas sustentáveis adotadas pela loja e como elas se revertem em benefícios.
Neste cenário, o papel dos consumidores é essencial para que o sistema funcione. “Mais do que possuir, o que importa é desfrutar”, explica Gelli. Para entender mais sobre o conceito, visite o blog “Branding 3.0”.
Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing 10/07/2009

FRASE DO DIA

quinta-feira, 9 de julho de 2009



O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las.
(Francis Bacon)

Quem quer trabalhar na Copa do Mundo?

terça-feira, 7 de julho de 2009



Instituições brasileiras se uniram para lançar o "Projeto de Capacitação Profissional", que dará às pessoas a oportunidade de trabalhar, em 2014, em empregos ligados ao evento esportivo. A iniciativa promete inserir milhares de brasileiros no mercado de trabalho

Débora SpitzcovskyPlaneta Sustentável - 01/07/2009
De acordo com a FIFA – Federação Internacional de Futebol, o esporte preferido dos brasileiros já deixou de ser encarado, apenas, como lazer e virou fonte de renda de cerca de 250 milhões de pessoas do mundo todo.

Aproveitando que a Copa do Mundo de 2014 acontecerá no Brasil, o Ieds – Instituto de Educação e Desenvolvimento, em parceria com o Instituto João Havelange e a UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora, decidiu lançar o Projeto de Capacitação de Profissionais e Voluntários para a Copa do Mundo de 2014 e, desta maneira, aumentar o número de brasileiros que podem se beneficiar profissionalmente com o esporte.

A iniciativa, que será lançada no dia 6 de julho, no Rio de Janeiro, com a presença do presidente de honra da FIFA, João Havelange, pretende promover a inclusão profissional de milhares de brasileiros que moram não só nas cidades-sede da Copa, mas também em todos os outros cantos do país.

Para isso, o projeto viabilizará aulas gratuitas a distância, a partir do final de agosto, ministradas pelos professores da UFJF, sobre conceitos relacionados aos setores de hotelaria, comunicação, segurança, saúde e idiomas. A ideia é estimular a entrada de brasileiros no mercado de trabalho, em empregos que estejam ligados direta e indiretamente com a Copa.

Além de qualificar e capacitar profissionalmente milhares de pessoas, a iniciativa ainda será uma ótima oportunidade para melhorar o turismo no país. Os interessados em participar do Projeto de Capacitação deverão se inscrever, a partir de agosto, no site que será criado para o projeto.

Lançamento do Projeto de Capacitação de Profissionais para a Copa do Mundo de 2014 Data: 06 de julho Horário: 10h Local: FIRJAN Endereço: Av. Graça Aranha, nº1, Centro – Rio de Janeiro/RJMais informações pelo telefone (31) 3411-2502

SUSTENTABILIDADE: o discurso e a realidade

quinta-feira, 2 de julho de 2009



Por José Goldemberg*
O que se entende por desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de terem também suas necessidades atendidas. As preocupações com sustentabilidade se tornaram importantes na segunda metade do século XX, quando se tornou evidente - pela primeira vez na história da humanidade - que a ação do homem poderia tornar inviável o tipo de civilização à qual estamos acostumados.
Este tipo de problema já ocorreu no passado em alguns locais sobre a Terra, mas nunca colocou em risco todo o planeta. Exemplos são o que ocorreu na Ilha de Páscoa, que há vários séculos tinha uma população de 30 mil pessoas, que desapareceu completamente quando suas florestas foram destruídas e a agricultura se tornou incapaz de manter as pessoas. Só restaram da velha civilização as grandes estátuas, símbolo de poder. O mesmo ocorreu com parte da civilização maia na península de Yucatã e no Cambódia.

No fim do século XX os problemas se tornaram globais, com o aquecimento global causado pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento. O clima começou a mudar e a temperatura média da Terra vai aumentar até o fim do século em que vivemos. É necessário que todos nos posicionemos para a tomada de atitudes que possam garantir o futuro de nosso planeta, que será também o nosso futuro. Os profissionais de comunicação, por exemplo, estão conscientes de seu importante papel como influenciadores de pessoas e vão discutiram no mês de junho, no Unomarketing, estratégias que levem os seus trabalhos a provocar atitudes positivas de consciência social e ambiental.

A continuarem as tendências atuais, isto só vai se agravar. Isto é, o atual estágio de desenvolvimento que atingimos não é sustentável ou, em outras palavras, durável. Desenvolvimento sustentável é interpretado por muitos governos como crescimento econômico, que é o sonho de todos os políticos. Não há nada de errado em almejar o crescimento econômico - porque tira camadas da população da pobreza. Contudo, o desenvolvimento não pode ser predatório e destruir as florestas, como está ocorrendo na Amazônia, ou ser nocivo à atmosfera, o que ocorre, entre outras coisas, com a queima de combustíveis (carvão, petróleo e gás natural).
Há formas de evitar o desenvolvimento predatório, sem prejudicar o crescimento econômico, usando energias renováveis, como a energia dos ventos, a captação direta de energia solar (para produzir eletricidade), desenvolver energia hidrelétrica ou usar biomassa, como é feito com a cana-de-açúcar, da qual se produz etanol para substituir a gasolina. Parte desta tarefa cabe aos governos, mas o setor privado pode fazer muito adotando práticas cada vez menos poluentes, o que pode ser feito, sobretudo, com indústrias químicas e siderúrgicas.
Sob esse ponto de vista, os países em desenvolvimento (que estão se industrializando) podem adotar tecnologias mais eficientes e mais limpas à medida que crescem economicamente, evitando repetir o caminho seguido pelas potências industriais de hoje, que geraram um passivo enorme de poluição e ineficiência.

As grandes indústrias podem contribuir neste processo, fazendo balanços anuais dos poluentes que estão produzindo e adotando procedimentos para reduzi-los ano a ano. Balanços deste tipo devem acompanhar os balanços financeiros a serem auditados regularmente. Certos setores têm mais dificuldades em fazer isto, como bancos e o setor de serviços, mas o que eles podem fazer no mínimo é usar papel reciclado. Estas ações podem ser acompanhadas de ações de responsabilidade social e ajuda aos menos favorecidos, mas não são um substituto para ações estruturais que reduzam os impactos ambientais de forma permanente.
A nosso ver, é preciso prioritariamente prevenir os danos atuando na sua origem, e não apenas atenuá-los tornando parte da população menos desconfortável. É uma combinação destas duas estratégias que nos levará a um desenvolvimento sustentável. Faz parte deste processo a conscientização dos dirigentes das empresas e do público em geral.
* José Goldemberg é Presidente da Comissão de Bioenergia do Estado de São Paulo e da World Energy Assessment.

Fonte: Gazeta Mercantil